Decretado recolher obrigatório na capital da Serra Leoa

Centenas de manifestantes saíram ontem (dia 10) às ruas de Freetown, capital da Serra Leoa, protestando contra a inflação e o aumento do custo de vida neste país da África Ocidental.

Os protestos originaram cenas violentas, mostrando, nas redes sociais, imagens de manifestantes espancados e gravemente feridos. As forças de segurança também foram vistas a disparar armas contra cidadãos indefesos.

O vice-presidente, Mohamed Juldeh Jalloh, – o presidente Julius Maada Bio está fora do país –  acabou por declarar um recolher obrigatório a nível nacional ontem a partir das 15 horas locais.

Não há números em relação a feridos ou mortos nos protestos. Durante um discurso televisivo anunciando o recolher obrigatório, Jalloh referiu-se aos manifestantes e à perda de vidas sem dar mais pormenores.

“Estes indivíduos sem escrúpulos embarcaram num protesto violento e não autorizado que levou à perda de vidas de serra-leoneses inocentes, incluindo pessoal de segurança”, disse o Vice Presidente.

Num tweet, a Embaixada dos EUA em Freetown apelou à “calma e contenção de todos os lados”.

Morris Marah, um empresário de Freetown, citado pela CNN, confirmou que os protestos estavam a ser efectuados há alguns dias.

” Os protestos começaram no dia 8 de Agosto, mas a situação agravou-se e piorou muito hoje. O protesto juntou muitas pessoas tendo havido confrontos com a polícia. A violência foi de ambos os lados. Algumas pessoas perderam a vida, mas não sei dizer quantas”, disse Marah à CNN via telefone a partir de Freetown.

“A situação económica no país é realmente má, o governo diz que se deve à crise da Ucrânia e ao coronavírus, mas o desemprego entre os jovens é muito elevado. Há muitos jovens insatisfeitos no país”, continuou. “Houve recentemente um grande pico nos preços dos combustíveis, produtos e mercadorias. O Presidente diz que não tem soluções rápidas, mas as coisas já estavam difíceis antes da Ucrânia e da crise do coronavírus”.

“Estes protestos não são apoiados por todos no país. Não importa quão duras sejam as coisas. Esta não é a forma correcta de abordar a questão”, acrescentou Marah.

 

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