Conselho de paz aborda o papel de Angola para o fim da guerra na RDC
O ministro das Relações Exteriores, Téte António, orienta hoje, a partir de Luanda, a reunião virtual de ministros que vai abordar o papel de Angola na mediação e resolução do conflito na região Leste da República Democrática do Congo (RDC).
A 1222ª sessão ministerial do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, que junta vários Estados-membros da organização continental, tem como foco os Processos de Luanda e o de Nairobi.
O Roteiro de Luanda é o documento aprovado, na capital angolana, no dia 6 de Julho de 2022, durante a Cimeira Tripartida da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), entre Angola, RDC e Rwanda, que aponta os caminhos para a pacificação do Leste da RDC.
Entre os vários pontos constantes neste documento, assinado pelos Chefes de Estado do Rwanda, Paul Kagame, Félix Tshisekedi, da República Democrática do Congo (RDC€, e João Lourenço, de Angola, na qualidade de presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos e mandatário da União Africana para a criação de condições ideais de diálogo e concertação política, com vista à resolução da crise de segurança no Leste da RDC, a normalização das relações políticas e diplomáticas entre a RDC e o Rwanda, assim como a cessação imediata das hostilidades.
A União Africana apelou, em Fevereiro deste ano, ao M-23, às FDLR e a outros grupos armados que operam no Leste da RDC que cessem, incondicionalmente, as hostilidades, se desarmem e encetem o diálogo por meio dos processos de Luanda e Nairobi, sob a liderança do Presidente João Lourenço (de Angola) e do antigo estadista queniano Uhuru Kenyatta, a fim de consolidar os progressos alcançados até à data.
O apelo consta no comunicado final da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que teve lugar em Fevereiro, em Addis Abeba, Etiópia.
No documento, a União Africana manifestou profunda preocupação com a deterioração da situação humanitária e de segurança naquela região e condenou os ataques contínuos contra civis indefesos.
A Organização das Nações Unidas considera igualmente o Roteiro de Luanda um documento importante para a resolução da crise reinante no Leste da República Democrática do Congo, por se tratar de um apoio valioso para o fim do conflito.