BNA mantém taxa de juro inalterada até ao final do ano

Depois do corte de 0,5 pontos percentuais em Setembro, o banco central decidium, na última reunião do Comité de Política Monetária do ano, apostar na manutenção da política monetária. Massano diz que vai continuar a orientar as suas políticas com sentido de manutenção do actual curso de desaceleração da inflação.

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu manter a taxa básica de Juro (Taxa BNA) em 19,5%, mantendo o curso da política monetária.

Igualmente, o CPM, decidiu manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 21% e a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 15%.

“A decisão de manutenção do curso da política monetária, pese embora a trajectória de desinflação da economia, fundamenta-se pelo comportamento observado no mercado cambial no mês de Outubro em que se assistiu a depreciação da moeda nacional em relação ao dólar norte-americano em 10,6%, resultante da redução da receita de exportação petrolífera em 16,5% no terceiro trimestre, que aconselha o alargamento do período de observação dos impactos das decisões tomadas na sessão de Setembro do Comité de Política Monetária”, justificou o Governador do BNA, José de Lima Massano.

De acordo com José de Lima Massano, o CPM continuará a orientar as suas políticas com sentido de manutenção do actual curso de desaceleração da inflação, em linha com o objectivo de alcance da variação anual do Índice de Preços no Consumidor Nacional de um dígito.

Em Setembro, o Banco Central fez um quinto desaperto da Taxa BNA desde 2014, ao cortar 0,5 pontos percentuais na taxa de juros, após um ano de manutenção da taxa fixada em 20%.

“Fundamentos macroeconómicos continuam animadores”

De acordo com o Governador do BNA os fundamentos macroeconómicos continuam animadores, apontando que o sector externo da economia tem vindo a beneficiar da melhoria dos termos de troca, com a conta de bens a registar um saldo superavitário de 27,59 mil milhões USD em termos acumulados até Outubro de 2022, um aumento de 59,31% comparativamente a igual período de 2021.

“Este desempenho reflecte o aumento do valor das exportações em 54,80% que excedeu o crescimento de 46,7% observado nas importações. Contudo, no terceiro trimestre de 2022, o saldo superavitário da conta de bens registou uma redução de cerca 18% face ao trimestre anterior, resultante da queda do valor das exportações globais em 12%, em particular do sector petrolífero em 16,5% conforme anteriormente referido”, apontou.

De acordo com o BNA, as Reservas Internacionais, no final do mês de Outubro, situaram-se em 13,41 mil milhões USD, o que se traduz numa cobertura de cerca de sete meses de importações de bens e serviços.

No domínio monetário, segundo o governador, a trajectória da Base Monetária em moeda nacional “continua consistente” com o objectivo de política monetária, tendo registado uma variação de 0,83% no mês de Outubro. Em termos acumulados, observou-se uma contracção de 4,72%.

Quanto à inflação, o Banco central realça que continua numa trajectória descendente, ao atingir 16,7% no mês de Outubro, abaixo da taxa de 18,2% do mês anterior e de 26,9% do período homólogo.

“Este recuo da inflação foi influenciado pelo curso de política monetária e pela estabilidade da oferta de bens essenciais de amplo consumo”, afirmou José de Lima Massano.

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