Angola prepara Plano Director para gás natural – PR
O Presidente João Lourenço anunciou hoje que Angola está a ultimar um plano director para o gás natural, com um horizonte de 30 anos, e apelou aos investidores internacionais que olhem para as oportunidades de negócio no país lusófono.
João Lourenço falava na abertura na conferência internacional Angola Oil & Gás, promovida pela Energy Capital & Power, sob o lema “Promovendo uma Indústria de Petróleo e Gás Inclusiva, Atrativa e Inovadora em Angola”.
“O Executivoestá a concluir um plano director de gás natural que definirá as bases para começar a potenciar os recursos de gás natural em Angola, num horizonte temporal de cerca de 30 anos, de modo a garantir a criação de empregos e geração de receitas para o Estado”, destacou, na sua intervenção.
João Lourenço apontou alguns projectos estruturantes de gás natural que estão a ser implementados, com realce para o novo consorcio de gás cujo objectivo é garantir fornecimento continuo à fabrica Angola LNG e à central térmica de ciclo combinado do Soyo e sustentar a implementação de outros projectos industriais.
Salientou ainda que a conferência se realiza num período em que a situação geopolítica internacional “tem criado distorções” acentuadas no mercado das ‘commodities’ e que Angola aspira a ser produtor de hidrocarbonetos competitivo.
Neste âmbito, o Governo tem trabalhado “incansavelmente” para estabelecer um ambiente regulatório propício, tendo redefinido o modelo de governação do sector e os papéis das diferentes entidades, afirmou, realçando a intervenção na petrolífera estatal Sonangol que “ficou focada no seu principal objecto, que compreende toda a cadeia de valor da indústria petrolífera”.
Segundo João Lourenço, este novo modelo conferiu maior transparência e competitividade ao sector, tornando-o mais atractivo para a captação de investimentos nacionais e estrangeiros, o que permitiu manter a produção acima de 1 milhão e 100 mil barris/dia nos últimos cinco anos.
Para impulsionar o sector, o Executivo definiu outras medidas, como a estratégia de licitação que visa adjudicar 50 novos blocos até 2025, dos quais 20 já adjudicados, e a estratégia de exploração de hidrocarbonetos que visa intensificar reposição de reservas.
Entre as medidas referidas pelo Presidente angolano, estão também o desenvolvimento da estratégia de refinação, incluindo a expansão da Refinaria de Luanda, que quadruplicou a produção de gasolina e das três novas refinarias (Cabinda, Soyo e Lobito).
Grande parte dos equipamentos para Cabinda já está no terreno, prevendo-se a conclusão da primeira fase desta refinaria, que terá capacidade para processar 60.000 barris/dia, em 2023.
No Soyo, que vai processar 100.000 barris/dia, já foi lançada a primeira pedra para a construção e estão a decorrer trabalhos preliminares enquanto o promotor finaliza os documentos para assinatura do contrato de financiamento, adiantou.
Por outro lado, a Sonangol foi orientada para prosseguir com a construção da refinaria do Lobito, com capacidade para 200.000 barris/dia, decorrendo agora trabalhos de preservação de infrae-struturas já erguidas no terreno.
No caso do armazenamento, está a ser ampliada a armazenagem em terra e implementada a primeira fase de construção do terminal oceânico da barra do Dande.
João Lourenço abordou igualmente o tema da transição energética para uma economia de baixo carbono, sublinhando que o sector petrolífero deve promover uma gestão sustentável dos combustíveis fosseis.
Neste campo, o Governo angolano tem também estado engajado na construção de centrais fotovoltaicas, através da Sonangol com base em parcerias com empresas internacionais como a Eni e a Total, e empresas alemãs para desenvolver projetos de produção de hidrogénio verde “que vão contribuir para sustentabilidade do seu portefólio de negócios”.
O governante reiterou que Angola está “aberta ao investimento privado” propondo termos e condições fiscais e contratuais “justas” para todos ao que querem investir no país