Angola pode realizar segundo Congresso de Ciência e Inovação na Lusofonia

A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, lançou o desafio para que o II Congresso Internacional de Ciência, Inovação e Desenvolvimento na Lusofonia seja realizado no país, durante o seu discurso, na Cidade de Mindelo, Ilha de São Vicente, em Cabo Verde.

Esperança da Costa, que participou, quarta-feira, na abertura do I Congresso Lusófono, sublinhou que os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) são constituídos maioritariamente por jovens, sendo necessária nesta busca pelo desenvolvimento olhar para o dividendo demográfico e construir uma sociedade justa, pacífica, inclusiva e sustentável, onde a inovação e a competitividade permitam taxas mais elevadas de valor acrescentado.

A Vice-Presidente da República informou que o Plano do Ensino Superior em Angola tem dado avanços significativos, e deve dar ainda mais.

“O Presidente da República, João Lourenço, já autorizou um fundo estabelecido em parceria com o Banco Mundial e com a Global para a Educação, com vista a aumentar o acesso ao Ensino Superior, garantir a qualidade e fortalecer a gestão no sector, tendo como foco novos cursos de pós-graduação, harmonização curricular e a equidade de género”, recordou.

Esperança da Costa apontou muitos dos vários projectos do Estado angolano, com destaque para o Plano de Desenvolvimento do Capital Humano 2022 – 2035 (ACH 2022-2035), que, perante as prioridades de desenvolvimento, estrutura a intervenção do Executivo em diferentes subsistemas de ensino e sistema de formação profissional, dedicando a cada um destes um Programa de Acção (PA) específico.

Acrescentou ainda que o Plano vai garantir a orientação política e técnica de acordo com as prioridades de desenvolvimento do país, incluindo um efectivo ajustamento da oferta formativa e adequação das qualificações às necessidades do mercado de trabalho nacional, em alinhamento com instrumentos internacionais, como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento das Nações Unidas, a Agenda 2063 da União Africana e a Agenda 2050 da SADC, numa perspectiva de curto, médio e longo prazos, tendo em atenção a formação profissional, aumento da qualidade e relevância da oferta educativa e formativa, suportadas pela componente da digitalização.

Pretende-se, deste modo, continuou a Vice-Presidente, aumentar a disponibilidade de recursos humanos qualificados em áreas prioritárias e segundo as reais necessidades do mercado de trabalho, com o desenvolvimento de conhecimentos e competências necessárias ao sector público e privado.

Esperança da Costa disse que o Executivo criou também a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDECIT), encarregue de implementar as políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação e proceder à avaliação e acreditação das Instituições de Investigação Científica e Desenvolvimento.

Acrescentou que se pretende que o mecanismo de financiamento da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e dos seus principais instrumentos de gestão respondam aos padrões estabelecidos internacionalmente e ajudem a fortalecer o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola.

Formação técnica profissional

De acordo com a Vice-Presidente da República, os desafios globais forçam a olhar, cada vez mais, para a formação técnica e profissional e no aumento das pós-graduações em especialidades, visando o alcance de um capital humano altamente qualificado em áreas estratégicas e prioritárias, designadamente Ciência, Tecnologias, Engenharias, Matemática, Artes (STEMA) e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

Segundo a Vice-Presidente, este I Congresso constitui uma oportunidade ímpar para a troca de experiências e construção de parcerias.

“A formação do capital humano qualificado, com o que se pretende dar resposta às áreas de desenvolvimento prioritário e às necessidades da sociedade do conhecimento, reclamam uma abordagem holística e articulada, em que o segmento da educação e da formação profissional comuniquem, cooperem e definam estratégias de intervenção integradas, não só entre si, mas também com o sector privado”. A governante revelou que o Executivo está empenhado no estabelecimento de uma Indústria Espacial à altura dos desafios actuais e futuros e, certamente, o lançamento do Angosat 2 – satélite angolano de comunicações, ajudará no estabelecimento e aceleração da transição digital em Angola e dos seus serviços nos diferentes sectores da vida nacional, incluindo na Agricultura e na cadeia de valores.

Esperança da Costa fez saber que Angola está a trabalhar na criação do Centro de Excelência na área da Agricultura, Segurança Alimentar e Alterações Climáticas, na província do Huambo, e no estabelecimento do Laboratório de Farmacognosia em Luanda, para valorizar o conhecimento endógeno e aproveitar o potencial do biorecurso para a produção de medicamentos.

Esperança da Costa revelou que no quadro do investimento em infra-estruturas e formação do capital humano, o Governo está centrado na conclusão do Parque de Ciência e Tecnologia e do Centro de Ciência de Luanda, o que permitirá, uma vez finalizados, contribuir para a efectivação dos desígnios da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola e da estratégia de desenvolvimento.

A Vice-Presidente da República, que regressou ontem ao país, considerou necessário o fortalecimento da cooperação entre as instituições de Ensino Superior, nesta era da Inteligência Artificial, com uma forte aposta no investimento das competências digitais, necessárias para os desafios actuais.

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