Angola novo destino para a prática do surf
O site da conceituada revista francesa ‘Geo’, no seu item de viagens, dedica um artigo, a Angola como um destino privilegiado para a prática do surf.
Com o título “Este país africano quer afirmar-se como um destino para os amantes do surf” o artigo é da autoria de Lola Breton que aqui reproduzimos com a devido vénia.
Esqueça Biarritz, Portugal, o Havai e até a onda olímpica do Taiti. O surf está agora a deixar a sua marca em África. No sudoeste do continente, Angola está a tornar-se um destino turístico para surfistas de todo o mundo, refere a cadeia de televisão norte-americana CNN.
A praia de Cabo Ledo, 120 quilómetros a sul da capital, Luanda, é praticamente deserta. No entanto, as ondas do Atlântico que aqui se formam fariam com que alguns dos locais mais populares do surf se tornassem insignificantes.
De acordo com os especialistas, o vento permanente que sopra na baía torna o local particularmente especial para surfistas, tanto principiantes como experientes. Os mais aventureiros já conhecem o local, que foi baptizado de Praia dos Surfistas. Paulo Augusto, um surfista local, refere que se pode surfar todos os dias do ano.
Condições ideais para aprender a surfar
Areia branca, água cristalina e sol quase todo o ano fazem de Angola um lugar especial para os amantes do surf. A temperatura média no país é de 30°C durante todo o ano. “É muito fácil aprender porque se pode apanhar uma onda ali mesmo e depois ir a pé para outra praia para encontrar outra”, explica Gilles Cros, outro surfista local.
A temperatura da água é bem mais amena do que no sudoeste de França para os surfistas em início de carreira. Não há pressa, não há arrepios de frio enquanto se espera pela onda, apenas o sol e o ritmo das ondas.
O surf para os turistas e uma saída para os angolanos
Perante este tesouro natural, já há empresários angolanos a iniciarem experiências comerciais. Bizuka Barros e Oded Golan criaram a AngolaWaves, uma empresa que promete aos turistas encontrar os melhores spots de surf, respeitando as comunidades locais e o ambiente. Os dois empresários propõem uma espécie de safari ao longo da costa, com algumas paragens nas praias mais emblemáticas do país, quase sempre desertas.
Mas os desportos náuticos não são apenas para turistas em Angola. Há onze anos, Tchyna Matos criou uma associação para incentivar os jovens a praticar desporto, incluindo o skimboard – uma forma de surf em pranchas mais pequenas, nas quais se salta directamente em vez de se remar. “Era um projecto para tirar as crianças da rua. Muitos dos rapazes estavam a envolver-se em drogas e pequena delinquência. Vi uma oportunidade de os levar a praticar desporto em vez de estarem a fazer asneiras”, explica. Em Angola, a praia é uma óptima maneira de crescer.