AIA defende cooperação “intensa” entre Angola e Côte d’Ivoire

O Governo de Angola, através do Ministério da Agricultura e Florestas, está a analisar um conjunto de modelos agrícolas da Côte d’Ivoire para implementar no território nacional defendeu, recentemente, o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino.

Durante a visita do secretário de Estado da Agricultura e Pecuária angolano, João Bartolomeu Cunha, àquele país da África Ocidental, em Fevereiro último, foram avaliados os sistemas relacionados às culturas de café, palmar e cacau, esclarece uma nota da Embaixada de Angola em Abdjan.

A nota explica ainda que o encontro entre João Bartolomeu Cunha e o ministro de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural da Côte d´Ivoire, Adjoumani Kouassi Kobenan, permitiu que a comitiva angolana visitasse o Centro de Investigação Agrária, especializado na cultura e multiplicação de mudas de café, palmar e cacau, sectores agrícolas e industriais ligados à plantação, produção, industrialização e comercialização desses produtos.

Durante o encontro, continuando a citar o documento, as equipas técnicas de ambos os países delinearam os sectores de interesse mútuo, susceptíveis de inclusão no projecto documental para a assinatura, a posterior, de acordos de cooperação nos domínios referenciados.

Esta linha de análise é defendida acerrimamente pelo presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, para quem o “Executivo deve apostar numa cooperação ‘intensa’ entre Angola e a Côte d’Ivoire”.

Em declarações ao Jornal de Angola, José Severino disse que acredita que a Côte d’Ivoire pode ser um extraordinário aliado para ajudar os esforços que Angola tem empreendido para a recuperação do sector agrícola.

Entre as diversas intenções abordadas na capital ivoiriense, o presidente da Associação Industrial de Angola aplaudiu, “por enquanto”, três, nomeadamente as cadeias de valor da produção do café, palmar e cacau.

Segundo o responsável industrial, à visão economicista da Côte d’Ivoire, associada à palma, junta-se, em certos casos, “uma estratégia de desenvolvimento local”, apostando num programa de “forte investimento” na substituição das antigas plantações. Além disso uma parte dos lucros de pequenos agricultores de palmar financia directamente hospitais.

Quanto à produção de cacau, em que é o maior exportador, com uma produção anual de 1,6 milhões de toneladas, número equivalente a 44% da produção mundial, que na sua grande maioria se transformam nos saborosos e famosos chocolates, segundo dados da Organização Internacional do Cacau (ICCO), José Severino sublinha que Angola poderia adquirir com este país a experiência de produzir o fruto em condições específicas: “A colheita é feita de forma manual, seleccionando apenas as melhores vagens. Todo esse cuidado na produção resulta em um cacau com sabor único e aroma intenso”.

Em relação ao envio recíproco de delegações para a identificação de parcerias, o líder da AIA defendeu uma maior participação do sector privado: “A evolução do sector privado nas trocas de experiência pode determinar o futuro do país, desde que consigam transformar em força actuante capaz de competir no mercado da SADC”.

O pior cenário, avisa José Severino, é a garantia do conjunto certo de competências: “Este trabalho tem que ser feito com pessoas cuja idoneidade e capacidade técnica e científica sejam a toda a prova”, reforça.

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