45º Soberano do Ndongo inicia reinado
O 45º Soberano do Reino do Ndongo, Luís António Ngola “Diba Ngola Njungo”, iniciou quarta-feira (8) o seu reinado, após apresentação oficial, na comuna de Dala Samba (Marimba), aos membros do governo, autoridades tradicionais, religiosas e populares.
O Rei sucede Buba Nvula Dalamana “Cabombo”, falecido em Outubro último, por doença.
Nascido a 23 de Dezembro de 1955, na localidade de Kizela, município de Cahombo, Diba Ngola Njungo é descendente de Mudile Andombo Amana, uma das cinco mães da linhagem dos Ngola.
O Rei, entronizado há 16 de Setembro, tem o curso médio de Formação de Professores e já exerceu, entre outras funções, as de comissário municipal de Cahombo, deputado da extinta Assembleia Popular de Malanje (1986-1991), chefe político de Destacamento da ODP (Organização de Defesa Popular) no sector de Kizela (1976-1979) e chefe político da terceira Companhia do Batalhão de Reserva das Forças Armadas Popular de Libertação de Angola (FAPLA).
Na sua intervenção, o Rei apontou como linhas de força do seu reinado a união do povo da região, o reforço da cooperação com o governo, visando a construção do memorial dos Reis e soberanos do do Ndongo, a fim de valorizar a região e transformá-la num chamariz para o turismo cultural.
Indicou ainda a organização da Corte do Reinado, mediante a criação de estruturas que facilitem o seu trabalho administrativo, bem como fazer advocacia junto do governo para melhoria das vias de acesso do município de Malanje aos de Cahombo, Quela , Marimba e Cunda-Dya-Baze, para facilitar a circulação de pessoas e bens.
Outrossim, destacou que o seu reinado vai priorizar a valorização dos usos e costumes da região do Ndongo, intensificação da interacção com outros reinos a nível do país, sem descurar as congéneresestrangeiras, na defesa dos interesses comuns.
A dinamização das acções de combate à fome e à pobreza na região, enquanto factores de redução das assimetrias regionais, o cumprimento dos pricincípios consuetudinários e constitucionais sustentam ainda as linhas de actuação do novo Rei.
Diba Ngola Njungo enalteceu o papel do Presidente da República na valorização do poder das autoridades tradicionais e união entre os reinos.
Por sua vez, o vice-governador de Malanje para o sector Político, Social e Económico, Franco Mufinda, manifestou a disponibilidade do governo em trabalhar cada vez mais com os representantes do Reino do Ndongo na busca de resposta aos problemas que ainda assolam a região.
Desejou um reinado assente na harmonia e clima de paz, tendo em vista a concretização das linhas de força.
Entretanto, o representante do Soberano do Ndongo no município de Cangandala, Muenheche Balito João Florentino, apelou ao novo Rei no sentido de trabalhar afincadamente na organização do reino e valorização do poder tradicional, para que o Ndongo se assuma verdadeiramente como o “reinado mãe”.
Feita a a apresentação do novo Rei, seguir-se-á a escolha dos membros do secretariado da Corte, que deve ter sempre em conta a linhagem materna.
O reino do Ndongo e da Matamba foi fundado no início do século XVI por Ngola Kiluanje e já foi assumido por Nginga Mbande, Ngola Mbande, Mbingue Mbande, Matamba e outros pertencentes à linhagem dos Ngola.
O reino compreende as províncias de Malanje, Cuanza Norte, Luanda e Bengo.