UNITA quer deitar musseques abaixo, destino das pessoas é incerto

O Partido do Galo Negro promete “identificar todas as áreas urbanas e periurbanas[musseque] que, não podendo ser requalificadas, terão que ser       demolidas”. Isto significa que a UNITA vai acabar com a liberdade de cada cidadão, mediante as suas possibilidades, construir a sua própria casa. Este partido diz na página 34 do seu programa que vai demolir todas as casas nos bairros que não conseguir requalificar.

A solução encontrada para as casas que a UNITA quer partir deixa alguma dúvida.  Diz no seu programa que vai “criar um modelo de apoio a todas as famílias que sejam incluídas na lista em que as suas casas tenham que ser demolidas”. Que tipo de apoio é esse? O programa não responde essa pergunta.

Nesta matéria, diga-se, a visão do MPLA para o período 2022-2027 é mais honesta: “Promover a elaboração e implementação dos instrumentos de ordenamento do território e urbanismo, da gestão fundiária e fomentar a construção de habitação condigna e acessível, para aumentar o número de agregados familiares com acesso a serviços básicos e infraestruturas, tanto em áreas urbanas como rurais”, lê-se na página 34 do Programa do MPLA.

O Partido dos Camaradas promete “realizar a promoção da habitação social, incentivando a autoconstrução assistida como método mais eficaz para a solução dos problemas de habitação do país, reforçando, para o efeito, o recurso às opções tecnológicas mais apropriadas e privilegiando a utilização massiva dos materiais de construção locais; Promover e concluir os projectos habitacionais em curso, incluindo as centralidades e urbanizações, bem como a construção de habitação acessível às famílias vulneráveis; Promover projectos de requalificação e de transformação das zonas periféricas e dos musseques, adoptando processos eficazes de planeamento e desenvolvimento urbano sustentáveis, resilientes e ambientalmente adequados”.

Resumindo, o MPLA não promete demolir a casa de alguém, pelo contrário, promete habitação condigna, através da continuidade da aposta na construção de centralidades, e a transformação dos musseques, sem deixar ninguém sem casa, adoptando processos eficazes de planeamento urbano.

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