Taxa de desemprego recua em Angola

A taxa de desemprego em Angola registou uma descida de 1,4 pontos percentuais no último trimestre de 2024, fixando-se em 30,4%, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta redução representa uma variação de menos 4,5% face ao mesmo período de 2023, apesar de persistirem desafios estruturais, como a elevada taxa de informalidade laboral, refere a agência Lusa.
De acordo com os Indicadores de Emprego e Desemprego em Angola, baseados no Inquérito do Emprego, cerca de 12,5 milhões de pessoas com 15 ou mais anos de idade estavam empregadas no final do ano passado. No entanto, 79,6% dessa força laboral actuava no sector informal, um fenómeno particularmente marcante entre as mulheres (88,4%) e nas zonas rurais (91,6%).
A taxa de desemprego continua a afectar mais as mulheres (32,3%) do que os homens (28,4%), acentuando uma diferença de 3,9 pontos percentuais entre os géneros. Além disso, a taxa é consideravelmente superior nas zonas urbanas (35,8%) em comparação com as áreas rurais (20,7%).
Em números absolutos, o País contava com 5,5 milhões de pessoas desempregadas no final de 2024, dentro da população activa com 15 ou mais anos. Entre os que estavam empregados, mais de 12,5 milhões declararam ter exercido algum tipo de actividade, seja por conta própria, por conta de outrem ou em negócios familiares.
Apesar da ligeira melhoria dos indicadores globais, o Governo angolano enfrenta ainda o enorme desafio de formalizar o mercado de trabalho e criar empregos sustentáveis, sobretudo para as camadas jovens e para as mulheres em zonas rurais, que continuam a representar a maioria dos trabalhadores informais.
O INE considera que os resultados agora divulgados reflectem um ligeiro progresso na recuperação económica e no reforço de políticas de inclusão laboral, mas alerta para a necessidade de investimentos contínuos na diversificação económica e na qualificação profissional da população.