Prontidão combativa das Forças Armadas é normal após eleições

O Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas emitiu um alerta de prontidão combativa entre 4 e 20 de Setembro de 2022, que coincide com a previsão de tomada de posse do Presidente eleito nas eleições gerais de 24 de Agosto, João Lourenço. Ao contrário do que tem sido referido por algumas forças políticas, nada há de anormal nesta situação: é assim em todo o mundo.

Um tenente das FAA explica que o alerta após as eleições e o período que antecede a tomada de posse do novo chefe de Estado é absolutamente normal, uma vez que se espera que estejam na cerimónia Presidentes e chefes de Governo de outras nações.

Explica também que é um procedimento normal e sempre foi assim. A diferença é que as redes sociais vieram, de certa forma, democratizar o acesso à informação. Antes, o Despacho sobre a Prontidão Combativa circulava apenas entres as chefias militares superiores e estes baixavam as ordens nas paradas. Agora, com as redes sociais, o documento, que se previa confidencial, tornou-se público, tendo gerado preocupação no seio dos cidadãos.

Segundo o tenente das FAA, nem sequer se trata de alerta máximo. “O alerta máximo é aquele em que ninguém entra e ninguém sai do país. Este é apenas um alerta a 50%, porque as pessoas vão seguir as suas vidas normalmente. Só forças de defesa e segurança é que ficam obrigadas a estar atentas a qualquer movimento que perturbe a ordem”, explica.

Não é só um caso de Angola

A toma de posse de um presidente eleito é um grande evento em qualquer parte do mundo e exige o reforço da segurança.

Sempre que há a tomada de posse de um chefe de Estado norte-americano, é emitido um estado de alerta para as forças de defesa e segurança.

Em 2009, o Jornal Expresso noticiou que a tomada de posse do Presidente norte-americano, Barack Obama, contou com medidas de segurança sem precedentes, a fim de garantir que nada nem ninguém estragasse a festa.

Obama foi transportado numa limousine Cadillac de última geração, à prova até de ataques com granadas.

Numa reportagem publicada no dia 19 de Janeiro de 2017, poucos dias antes da cerimónia, a Voz da América revelou detalhes da segurança que foi necessária para a tomada de posse de Donald Trump.

Nos EUA, a segurança para a cerimónia de investidura de um presidente é uma responsabilidade dos serviços secretos, mas contam com a ajuda da polícia e das forças armadas.

A 1 de Janeiro de 2019, a Lusa noticiou que o Brasil também emitiu alerta máximo para a tomada de posse de Jair Bolsonaro.

Antes da tomada de posse, de acordo com a Lusa, Brasília, a capital do Brasil, era uma cidade blindada por conta das cerimónias de tomada de posse do novo Presidente. Milhares de polícias estavam nas ruas e nalgumas zonas foram colocadas barreiras de betão e de arame farpado.

Um decreto do presidente permitia abater aviões que, durante a cerimónia de posse, violassem a área de segurança. O mesmo se aplicava aos drones, que podiam ser abatidos por franco atiradores que estavam espalhados ao longo do complexo dos ministérios.

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