O lado esquecido do Dia D

Esta tarde, quinta-feira, dia 6 de Junho, Emmanuel Macron presidirá a uma cerimónia internacional na Normandia, juntamente com o Presidente dos EUA, Joe Biden, o Chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. No entanto, não estarão presentes chefes de Estado africanos. Serão convidados a comemorar outro Dia D, menos conhecido, mas não menos importante.

Assim, no dia 15 de Agosto, vários líderes africanos virão celebrar o aniversário do desembarque na Provença. É que, há 80 anos, dezenas de milhares de soldados africanos participaram nesta grande ofensiva dos Aliados. Os primeiros a intervir, na noite de 14 para 15 de Agosto de 1944, foram as tropas aerotransportadas.

“Era uma unidade especial, mais de metade dos quais eram norte-africanos”, explica o historiador Jean-Marie Guillon, ao departamento de África da RFI. “A missão da primeira vaga destes comandos era tomar a bateria de Cap Nègre, que ameaçava uma parte da zona de desembarque.”

250 mil homens provinham das colónias

As tropas americanas desembarcaram algumas horas mais tarde, seguidas pelo exército francês, nomeadamente as suas divisões de infantaria argelina e colonial. “Calcula-se que pouco mais de metade dos 250.000 homens eram tropas das colónias, com populações negras e norte-africanas”, revela Guillon.

O 6ᵉ regimento de fuzileiros senegaleses desempenhou um papel fundamental na tomada de Toulon. Marselha também foi conquistada pelo exército francês. No final, este desembarque foi de grande importância, como nos lembra o historiador. “Obrigou Hitler a retirar as suas tropas. Assim, se a França estava dois terços libertada em meados de Setembro, foi em grande parte graças aos desembarques na Provença. E a segunda razão pela qual os desembarques do Dia D foram tão importantes é que mostraram que o povo francês estava a participar na sua própria libertação, o que, de um ponto de vista político, é extremamente importante.

Jean-Marie Guillon lamenta o facto que este lado do Dia D tem tendência para ser esquecido. O historiador é da opinião que os acontecimentos na Provença e na Normandia devem ser comemorados em conjunto.

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