Junta militar do Burquina Faso suspende publicação “Jeune Afrique”

A junta militar no poder no Burquina Faso anunciou, esta segunda-feira, dia 25 de Setembro, à noite a suspensão de “todos os suportes de distribuição” do conceituado meio de comunicação “Jeune Afrique”, que inclui um jornal impresso e um site na Internet, na sequência da publicação de artigos que fazem referência a tensões no seio do exército burquiname.

O governo de transição decidiu “responsavelmente suspender todos os meios de distribuição de “Jeune Afrique” no Burquina Faso até nova ordem, a partir de segunda-feira, 25 de Setembro”, escreveu o porta-voz do governo e ministro da Comunicação, Rimtalba Jean Emmanuel Ouédraogo.

O governo justifica a sua decisão com a publicação de “um novo artigo falso na Web da revista “Jeune Afrique”, intitulado: ‘Au Burkina Faso, toujours des tensions au sein de l’armée’ e publicado na segunda-feira”. “Esta publicação segue-se a um artigo anterior do mesmo jornal no mesmo sítio Web”, publicado na quinta-feira, “no qual a “Jeune Afrique” afirmava que ‘No Burquina Faso, o descontentamento está a aumentar nos quartéis'”, acrescentou o ministro.

De acordo com o governo, “estas afirmações deliberadas, feitas sem o mínimo indício de prova, têm como único objectivo desacreditar as Forças Armadas Nacionais e, por extensão, todas as forças combatentes.”

Algumas pessoas entrevistadas pela AFP em Ouagadougou, a capital, ainda têm acesso ao site, enquanto outras disseram ter tido problemas de ligação ao mesmo.

Esta decisão surge quase um ano depois de o capitão Ibrahim Traoré ter chegado ao poder através de um golpe de Estado, o segundo em oito meses. O Burquina Faso partilha fronteiras com dois países igualmente governados por militares que chegaram ao poder através de golpes de Estado: o Mali, desde 2020, e o Níger, desde o final de Julho.

Em Junho, as autoridades do Burquina Faso anunciaram a suspensão do canal de televisão francês LCI durante três meses, depois de, em Abril, terem expulsado os correspondentes dos diários franceses “Libération” e “Le Monde”.

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