Internacional Socialista: Luísa Damião defende multilaterismo
O 26º Congresso da Internacional Socialista (IS), que contou com a participação do MPLA, terminou, ontem, com um discurso do líder da organização, Pedro Sánchez. Luísa Damião encabeçou a delegação angolana e defendeu, no seu discurso, o diálogo permanente e o multeralismo para a resolução pacífica dos conflitos existentes.
Na sua intervenção, o novo presidente da IS prometeu abertura e diálogo na condução da organização que congrega 170 partidos políticos de 120 países de todos os continentes.
Nos três dias do encontro destaque vai para a discussão de temas ligados aos conflitos entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda, no Irão, na região do Tigray (Etiópia) e na na Ucrânia.
O congresso, que teve como anfitrião o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), elegeu para presidente da IS, Pedro Sánchez, na qualidade de secretário-geral do PSOE.
Pedro Sánchez substituiu no cargo Geoge Papandreou, antigo Primeiro-Ministro da Grécia.
Durante o conclave também foi eleita Benedicta Lasi (Ghana) como secretária-geral.
Durante a reunião estiveram em análise mudanças de status da organização, pedidos de filiação, a igualdade no género, as mudanças climáticas, bem como direitos do trabalho.
Eleição de vice-presidentes
No sábado, segundo dia do evento, o secretário do Bureau Político do MPLA para as Relações Internacionais, Manuel Augusto, foi eleito para uma das 36 vice-presidências do organização.
Com a eleição, o MPLA voltou a ocupar o cargo, depois de 2008, 2012 e 2017, com Julião Mateus Paulo “Dino Matross.
Os vice-presidentes foram eleitos reflectindo a realidade geográfica e política dos partidos membros distribuidos pelos diferentes continentes.
A delegação angolana ao congresso foi encabeçada pela vice-presidente do MPLA, Luísa Damião
Completaram a comitiva o secretário do Bureau Político para as Relações Internacionais, Manuel Augusto, o antigo secretário-geral do partido, na qualidade de vice-presidente da IS, Julião Mateus Paulo “Dino Matross”.
A Internacional Socialista é um fórum de ideias e discussões que acontece no período de quatro anos.
Estão representados na organização partidos políticos social-democraticas, socialistas e trabalhistas, sendo considerada a maior organização de partidos a nível mundial.
Damião defende diálogo
Ao intervir no Congressoi, Luísa Damião considerou o diálogo permanente e o multeralismo, fundamentais à resolução pacífica dos conflitos existentes e sublinhou a importância dos referidos mecanismos para alcançar e preservar a paz, bem como a segurança mundial.
A dirigente disse que o MPLA, sob liderança de Jão Lourenço, está preocupado com a persitência de conflitos no mundo nos últimos tempos com particular realce para a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Luísa Damião apontou, igualmente, os problemas de África, com particular realce, à instabilidade que se regista na República Centro Africana e na República Democrártica do Congo.
No seu discurso, a vice-presidente do MPLA declarou que Angola defende a busca de soluções negociadas para todos esses conflitos e tem trabalhado para que se instaure um clima de paz e segurança na região em que está inserida.
O MPLA saúda, prosseguiu a dirigente partidária, o entendimento alcançado nas conversações para colocar fim ao conflito armado entre o Governo da Etiópia e as forças da região do Tigray.
Presente no evento, o secretário-geral do Partido Socialista (PS) de Potugal, António Costa, apelou à solidariedade global para travar as alterações climáticas.
Em declarações à imprensa angolana, à margem do congresso, António Costa, que foi eleito para uma das vice-presidências da IS, considerou fundamental a união para enfrentar os grandes desafios globais.
“Temos de o fazer de forma justa, em cada país, mas justa também à escala global. Ninguém pode ignorar que África, por exemplo, é um dos continentes que mais está a sofrer com as alterações climáticas”, frisou.
O político almeja maior representatividade lusófona na Internacional Socialista, salientando que a eleição de Angola é importante, assim como a de outros países lusófonos.
Ex-líder do PAICV
Também à imprensa, à margem do encontro, a ex-líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Almada, afirmou que o seu país traz ao congresso uma perspectiva progressista.
Eleita para uma das vice-presidências da IS, Janira Almada
considerou necessária uma nova agenda económica para África, com uma aposta clara na consolidação dos sectores estratégicos.
Entre os sectores estratégicos apontou o do turismo, a da agricultura, o das novas tecnologias e energias renováveis.
O 26º Congresso da Internacional Socialista encerra domingo (27).