Angola acelera planos para pagar a dívida

Angola está a tirar partido dos preços cada vez mais elevados do petróleo para acelerar os seus planos de redução da dívida e facilitar os reembolsos à China, o seu maior credor.

O segundo maior produtor africano de petróleo bruto deve à China 18 mil milhões USD, cerca de 40% da sua dívida externa total, após ter liquidado empréstimos no total de 1,32 mil milhões USD neste ano. Os reembolsos serão reforçados no próximo ano, e a dívida do país, em percentagem do PIB, deverá cair para cerca de 61% em 2023, contra 66% este ano e mais de 100% em 2020, segundo a ministra das Finanças Vera Daves de Sousa.

“Parece um milagre”, referiu Vera Daves numa entrevista em Washington, onde participa nas reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.

A ministra, que falava numa entrevista em Washington, onde participa nas reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, atribuiu a melhoria a uma recuperação da economia e do kwanza, e à abordagem prudente do Governo, no sentido de assumir novos empréstimos e a determinação de reduzir os custos dos juros. O kwanza este ano ganhou 21% em relação ao dólar, sustentado pelos preços estáveis do petróleo e pelas elevadas taxas de juro.

O Presidente João Lourenco reconduziu Vera Daves como ministra da Finanças após ter sido reeleito a 24 de Agosto. Comprometeu-se a concentrar-se na criação de empregos para os jovens e na melhoria do nível de vida durante o seu segundo mandato.

O Governo pretende diversificar nas suas fontes de financiamento e reduzir ainda mais os custos com dívidas, embora as suas opções sejam limitadas no actual panorama global, segundo a ministra.

“Iremos ter muito cuidado com o momento em que entrarmos no mercado”, disse Vera Daves. “Vamos olhar mais para os financiamentos concessionais e semi-concessionais”, vendendo obrigações a investidores internacionais, obtendo empréstimos comerciais estruturados de agências de crédito à exportação e celebrando parcerias com investidores privados e instituições financeiras multilaterais para construir novas infra-estruturas, afirmou.

Numa entrevista paralela, o ministro da Economia e Planeamento, Mario Augusto Caetano João disse que o Governo pretende reforçar o investimento em empresas agrícolas em mil milhões USD anuais ao longo dos próximos cinco anos, uma vez que procura reduzir a dependência da economia em relação ao petróleo.

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