Governo angolano refere que medidas tomadas no combate à cólera têm permitido evitar mortes

A ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, afirmou ontem, domingo dia, 5, que o Governo está “preocupado” com a evolução do surto de cólera no país, mas sublinhou que o executivo está mobilizado e a tomar medidas que têm evitado mais mortes.

Em declarações à agência Lusa, Sílvia Lutucuta reconheceu que “o surto ainda não está dominado”, mas destacou que o Executivo tem em marcha uma resposta “estruturante e multissetorial”, que passa por melhorar o saneamento básico e o abastecimento de água potável, principais fontes de propagação da doença.

“Estamos a melhorar o saneamento básico, a reforçar o abastecimento de água potável e a actuar em várias frentes. Não estou a dizer que estamos tranquilos, mas estamos a evitar as mortes”, declarou Sílvia Lutucuta.

A governante frisou que as medidas de resposta visam preparar Angola para enfrentar a fase crítica da época das chuvas e do calor, períodos em que o risco de propagação aumenta, e garantiu que todos os sectores do Executivo estão mobilizados.

“Não estamos de braços cruzados, temos um plano de contingência nacional, estratificado a nível provincial e municipal, e a grande preocupação é evitar os óbitos”, disse à margem de uma visita ao Hospital Materno Infantil Dr. Manuel Pedro Azancot de Menezes, em Luanda.

A ministra realçou que o combate à cólera exige uma abordagem conjunta entre Governo e população: “Temos também intensificado a educação para a saúde, porque todos temos de ser participantes activos na luta contra a cólera, não só o Governo. A população educada e cooperante também pode ajudar a controlar o surto e é para lá onde vamos caminhar”, afirmou.

De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram registados 133 novos casos de cólera a 1 de Outubro – 75 no Uíge, 31 na Lunda Norte, 20 na Huíla e 7 no Cunene – e dois óbitos na Lunda Norte.

Refira-se que desde o início do surto, em Janeiro, o país contabiliza já 29.713 casos e 816 mortes.

Dados divulgados na quinta-feira indicam que África já superou este ano o número de casos de cólera registado em todo o ano de 2024, sendo Angola um dos países mais atingidos.

A cólera é uma doença diarreica aguda, causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados, associada a más condições de saneamento e higiene, e pode ser fatal se não for tratada rapidamente com hidratação adequada.

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