Suspeitos de vandalismo de instalações eléctricas detidos pela polícia

A Polícia Nacional de Angola anunciou que deteve três suspeitos de vandalizarem torres de transporte de energia eléctrica, causando um apagão que afectou cerca de 300 mil famílias nas províncias do Cuanza Sul e Benguela, avançou a agência Lusa, ontem, quinta-feira, dia 18.

Em causa está a vandalização de cinco torres de alta tensão, através da remoção de parafusos e cantoneiras, que deixaram às escuras estas duas províncias, tendo sido já reposto o fornecimento de energia eléctrica.
Segundo o porta-voz do comando-geral da Polícia Nacional de Angola, subcomissário Mateus Rodrigues, os três suspeitos foram detidos na província do Cuanza Sul e a investigação prossegue, considerando que “provavelmente há mais indivíduos.”
“Estamos diante de um problema social, e não de uma situação que se resolva com medidas de polícia, porque estas (medidas) acontecem todos os dias, estamos perante um problema que carece de intervenção multidisciplinar e multissectorial”, referiu o porta-voz da polícia, Mateus Rodrigues, quando participava, nesta quinta-feira, num programa da rádio pública angolana.
Por sua vez, o responsável pela comunicação da ENDE – Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade, Wilson Haukelo, referiu que de Janeiro até agora foram registados 113 actos de vandalismo. “Actuam nos armários de distribuição, postes de transformação, cabos de média, baixa e de alta tensão. Todos nós precisamos de olhar isso com alguma preocupação, é um registo que afectou mais de 300 mil famílias em duas províncias”, salientou.
De acordo com a ENDE, só em Novembro foram registadas várias ocorrências de vandalismo de alta e média tensão nas províncias do Bengo, Benguela, Luanda e Cunene.
Há vários anos que Angola é confrontada com o fenómeno da vandalização de bens públicos, que tem afectado os sectores da água, energia, com o furto de cabos, de parafusos, cantoneiras, tampas de sarjetas, entre outros, que alegadamente sustentam o negócio da venda a peso de material ferroso, causando avultados prejuízos ao Estado angolano.
Sobre estes actos de vandalismo, o ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, defendeu a necessidade de se olhar para os pontos de destino destas peças metálicas, que são tão importantes para o fornecimento de energia. “Sem dúvida que elas têm estado a ser canalizadas para as chamadas casas de peso. Se quisermos de facto resolver o problema temos de começar por estes pontos de destino desse equipamento”, realçou.

Recorde-se que já este ano, a Assembleia Nacional aprovou a Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, cuja pena máxima atinge os 25 anos de prisão.

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