Palancas Negras estreiam-se hoje no CAN diante da mundialista África do Sul

A selecção nacional de futebol, conhecida por todos como Palancas Negras, estreia-se hoje, segunda-feira, dia 22, no CAN 2025, que teve o pontapé de saída ontem em Rabat, com o jogo entre Marrocos, a selecção anfitrião, e as Ilhas Comores, terminando com a vitória dos da casa por 2-0.

Hoje, em Marraquexe, a partir das 18h00 de Luanda, medem forças Angola e a África do Sul, no primeiro jogo do Grupo B.
Para ambas as equipas, esta estreia é mais do que apenas um jogo — é uma declaração de intenções. Um início forte pode definir o tom para o resto do torneio, enquanto uma derrota pode forçar reajustes precoces num grupo altamente competitivo que conta também com o Egipto (o país com mais vitórias no CAN) e o Zimbabwe.
O francês Patrice Beaumelle, que está no comando dos Palancas Negras há cerca de 4 meses, espera um jogo de alto nível contra uma equipa sul-africana confiante. “Estamos a enfrentar uma equipa que chega com muita confiança a esta competição”, começou por dizer. E acrescentou: “A África do Sul está numa série de 26 jogos sem derrotas. É uma equipa que encontrou o seu equilíbrio e já está a projectar-se para o próximo Campeonato do Mundo.”
Apesar da boa forma da África do Sul, as Palancas Negras encaram o jogo sem medo. «Somos capazes de causar problemas a qualquer equipa», acrescentou Beaumelle. «Mostrámos que conseguimos lidar com a pressão e ter um bom desempenho, como fizemos contra a Argentina.”
Começar bem é meio caminho andado
De acordo com Beaumelle os objectivos de Angola são claros. «Para nós, o importante é começar bem o torneio e passar a fase de grupos», explicou o treinador francês. “Temos muita humildade, mas não temos medo de ninguém. Estamos prontos para enfrentar o desafio. As estatísticas falam por si, mas cada competição é diferente. O torneio dura um mês. O mais importante não é apenas vencer a África do Sul, mas entrar no CAN com o pé direito.”
Por seu turno, a selecção da África do Sul, conhecida pelos Bafana-Bafana, teve de lidar com condições difíceis. Vinte e seis horas no ar, uma rota via Dubai e Casablanca e até bagagem perdida marcaram a chegada da equipa sul-africana.
“A viagem foi muito difícil — 26 horas de voo — e até perdi a minha mala, não sei onde está», disse o treinador Hugo Broos com um sorriso. E acrescentou: “Mas isso não é desculpa. Estamos aqui agora e temos de fazer um bom jogo amanhã. A viagem foi cansativa, mas o futebol não permite desculpas.”
Apesar desses desafios, as ambições da África do Sul continuam intactas. Com o impulso positivo construído nos últimos anos, a equipa acredita que pode dar mais um passo em frente. “Temos de nos concentrar nos próximos dias e, certamente, tentar ter um bom começo. A diferença agora é que jogamos a primeira partida contra Angola e, em seguida, enfrentamos os favoritos do nosso grupo, o Egipto”, disse Broos. “Então, imagine se não vencermos Angola, aí é como jogar com uma faca na garganta, e temos de evitar isso. Precisamos vencer o primeiro jogo.” “Temos que estar prontos desde o primeiro minuto, e tenho certeza de que estaremos”, concluiu.
Angola em grupo difícil
Há dois dias, em declarações à Deutsche Welle (DW), o jornalista e comentador desportivo angolano Walter dos Reis considera que a participação de Angola no próximo Campeonato Africano das Nações será marcada por grandes dificuldades, devido à complexidade do grupo em que a seleção nacional está inserida. Ainda assim, o analista destaca sinais positivos no plantel dos Palancas Negras, tendo em conta a nova equipa técnica. Face aos adversários que Angola terá pela frente, Walter dos Reis prevê uma campanha de extrema dificuldade. “Angola está num grupo complexo, com seleções muito fortes como a África do Sul e o Egipto, que estão qualificadas para o próximo Campeonato do Mundo e são candidatas ao título”, afirmou.
O técnico Patrice Beaumelle está há cerca de quatro meses no comando dos Palancas Negras, o que, na opinião do comentador, constitui um sinal positivo para a seleção nacional. Para Walter dos Reis, apesar do pouco tempo de trabalho, Beaumelle conhece bem algumas dinâmicas do futebol angolano, uma vez que já trabalhou como treinador-adjunto da Seleção Nacional. “É um técnico que percebe determinados fenómenos que podem ser influentes neste CAN.”
O comentador destacou ainda a qualidade de alguns jogadores que pode ser determinante na campanha angolana, como “Manuel Benson, Benny Mukendi, Randy Nteka e o próprio Ari Papel podem e devem fazer um bom CAN, tendo em conta aquilo que a seleção nacional tem apresentado nos últimos tempos”, concluiu.

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