Guerra poderá estar de volta ao Mali

A paz no Mali poderá estar em risco. Num comunicado de imprensa, a Coordenação dos Movimentos de Azawad (CMA) – uma coligação de diversos movimentos daquela zona do norte do país – apelou aos habitantes da região “para que se juntem às fileiras movimento e saíam para o terreno para combater as forças armadas e os seus aliados russos.”
Desde o final de Agosto, recomeçaram os combates entre o exército governamental e os grupos do Norte. As duas partes acusam-se mutuamente de recomeço das hostilidades. O reacender dos combates está a pôr cada vez mais em causa os acordos de paz de Argel, assinados em 2015.
No mesmo comunicado, o coronel Moulay Ag Sidi Mola, porta-voz da CMA, faz a cronologia dos últimos acontecimentos que, segundo ele, estão a preparar o caminho para um novo conflito.
Um recomeço das hostilidades que parece cada vez mais inevitável e que os ex-rebeldes atribuem a responsabilidade às forças armadas malianas e aos mercenários do grupo Wagner.
A declaração indica que o “exército nacional do Azaward” “preparou estratégias de resistência a curto e a longo prazo”. A coligação dos movimentos do Norte apelou igualmente aos civis para que se afastem das posições ocupadas pelas forças armadas e pelos mercenários do grupo Wagner.
O CMA emitiu o comunicado através da sua unidade de informação e comunicação sobre assuntos militares. A célula foi criada “para evitar qualquer confusão” com “outros actores externos”, uma vez que está a ser travada uma batalha de comunicação com o governo do Mali, que, segundo o MCA, tem tentado, deliberadamente, associá-lo a grupos terroristas.