Gorongosa terá memorial dedicado à paz

O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou ontem, dia 6, no parlamento, um entendimento com a Renamo para construir um Memorial Nacional da Paz, na Serra da Gorongosa, no centro do país local onde foi acordado o fim das hostilidades, em 2019.

“Trocámos esta visão com a liderança da Renano. O memorial vai homenagear os protagonistas dos processos de paz em Moçambique e fazer da Gorongosa uma referência nacional e Internacional na construção de paz, tolerância e reconciliação”, anunciou o chefe de Estado, ao fazer o balanço anual do estado da nação, na Assembleia da República, em Maputo.

Em 1 de Agosto de 2019 foi assinado na Gorongosa o Acordo de Cessação Definitiva das Hostilidades Militares, entre o Governo e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, após anos de conversações, naquela serra no centro de Moçambique, com o histórico líder e fundador Afonso Dhlakama (1953-2018).

Já em 6 de Agosto de 2019, em Maputo, foi assinado o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, o terceiro e que agora está a ser materializado, entre o actual chefe de Estado moçambicano e o presidente da Renamo.

Na última semana assinalaram-se os cinco anos da assinatura destes dois últimos acordos, que continuam em vigor e levaram à desmilitarização da Renamo. “Contudo, um aniversário não pede apenas alegria. Essa alegria deve ser materializada em algo concreto. Essa festa merece uma prenda”, disse Nyusi.

“Queremos que Gorongosa deixe de ser associada à guerra, mas sirva de fonte de inspiração para a actual e futuras gerações na convivência pacífica entre homens, mas também entre os homens e a natureza. Que a Gorongosa se torne um testemunho vivo de como uma nação pode superar suas divisões mais profundas e construir um futuro de harmonia entre os homens, bem como entre a humanidade e a natureza”, concluiu.

Antes destes dois entendimentos, o Acordo Geral de Paz de 1992 colocou fim a uma guerra de 16 anos, opondo o exército governamental e a guerrilha da Renamo. Foi assinado em Roma, entre o então Presidente, Joaquim Chissano, e Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo, que morreu em Maio de 2018.

Em 2013, sucederam-se outros confrontos entre as partes, que duraram 17 meses e só cessaram com a assinatura, em 5 de Setembro de 2014, do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, entre Dhlakama e o antigo chefe de Estado Armando Guebuza.

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