Exposição de arte “Materna Alma” homenageia as mulheres em Março

A mostra, intitulada “Materna Alma”, do artista plástico Ginga Kandimba, patente até ao fim do mês de Março no Palácio de Ferro, em Luanda, é uma homenagem às mulheres angolanas.
De acordo com o artista, em entrevista ao Jornal de Angola, a mostra comporta 15 obras, com realce para “Solo”, “É homem ou mulher”, “Somos todos uma máscara”, cada peça tem um significado específico. Ginga Kandimba ressaltou que a mulher é a fonte primordial da existência, guardiã da memória e do tempo, é o centro pulsante de “Materna Alma”.
“Materna Alma”, explicou, foi preparada durante três meses, com o objectivo de ilustrar a consciencialização e a importância do empoderamento feminino e o mergulhar na essência da mulher ancestral, não apenas como a que gera, mas como a alma que sustenta a vida e a tradição.
“A palavra materna provém da maternidade, matriarca ou mãe, ou seja, a ideia é elevar o poder feminino e ilustrar a imagem daquela que gera a descendência. Já a alma está ligada à vida e é nesta expectativa que trago esta mostra”, disse.
O artista disse que jamais vai existir uma sociedade sem as mulheres, porque é difícil encontrar um homem sem uma mulher. A exposição é um retrato de uma memória necessária da maternidade.
A exposição, argumentou, é um sonho criado há muito tempo, porque é necessário compreender que a mulher é o útero do mundo, a fonte primeira da sabedoria, da inteligência e da continuidade.
“A Ciência chama a isso de herança genética; nossas tradições chamam de legado ancestral. Sem a mulher, não há humanidade, pois dela viemos todos. Que essa manifestação artística nos ajude a resgatar a consciência da vida materna, do princípio de nossas linhagens”.
Ginga Kandimba ressaltou que das 15 peças, 14 são de pintura, acrílico sobre tela, quadros de tamanhos grandes e emuldurados, e uma de escultura feita com uma técnica mística robusta.
A responsável de eventos do Palácio de Ferro, Odeth Cassilva, disse, na cerimónia de inauguração, que a mostra traz uma proposta única, que reflecte a força, determinação e o lado mais íntimo das mulheres, que é a maternidade.
“Entre pinceladas e texturas, a obra evoca lendas africanas que distinguem a vida da alma, sugerindo que nem todas as almas são vivas. Mas a mulher, na sua grandeza, carrega dentro de si a centelha da continuidade, moldando o presente com o passado e projectando o futuro”.
Com sensibilidade e profundidade antropológica, sublinhou, Kandimba resgata saberes antigos e os traduz em arte, destacando a mulher como princípio e permanência, força e delicadeza, razão e mistério. “Materna Alma é um chamado ao reconhecimento e à celebração da mulher como guardiã da linhagem, da memória e da essência humana”.