Ex-primeiro ministro do Ruanda e crítico de Kagame morre no exílio

O antigo primeiro-ministro do Ruanda, Faustin Twagiramungu, faleceu no passado sábado, dia 2, no exílio na Bélgica, informou, em comunicado, sem relevar as causas, o seu partido, a Iniciativa para o Sonho Ruandês (RDI, sigla em inglês). Contava 78 anos.

Faustin Twagiramungu entrou para a política em 1991, como líder do Mouvement Démocratique Républicain (MDR), e pelo seu partido tornou-se membro da coligação governamental, em 1992. Nos termos dos Acordos de Arusha assinados em 1993, foi nomeado Primeiro-Ministro. Mas o governo nunca chegou a ser formado, impedido pelo presidente Juvénal Habyarimana.

Apresentado como um “hutu moderado”, Twagiramungu foi escolhido para chefiar o primeiro governo instalado após o genocídio, em Julho de 1994. À frente de um governo de unidade nacional, manifestou, no entanto, dúvidas sobre as acções do braço armado da Frente Patriótica Ruandesa e sobre as opções de Paul Kagame, o líder de facto do país. Após um ano no poder, demitiu-se em 28 de Agosto de 1995 e exilou-se na Bélgica.

Em 2003, Twagiramungu voltou ao Ruanda e apresentou-se como candidato às eleições presidenciais contra o chefe de Estado Paul Kagame, tendo perdido a corrida.

Faustin Twagiramungu foi um grande crítico do governo de Paul Kagame, descrevendo-o como uma “ditadura cruel”. Victoire Ingabire, outro opositor do presidente ruandês, que foi preso por terrorismo antes de ser libertado em 2018, disse que “Faustin Twagiramungu nunca será esquecido na política e

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