Energias renováveis apontadas como soluções de forte impacto

A expansão da energia fotovoltaica em zonas mais recônditas do país abre perspectivas de desenvolvimento aos beneficiados e garante impacto na educação, saúde e na economia familiar, declarou, recentemente, em Luanda, o presidente da Associação Angolana de Energia Renovável (ASAER), Victor Fontes.

A visão do responsável sobre o assunto foi apresentada no quadro de uma entrevista conjunta entre o Jornal de Angola e o Jornal Economia & Finanças, em que considerou ser necessária a alteração do modelo relativo à expansão do acesso à electricidade, integrando no esforço em curso, actualmente baseado nos “grandes projectos públicos”, soluções em que o sector privado contribua de forma eficiente na sua distribuição.

O líder associativo acrescentou que ainda que haja, actualmente, dificuldades em aspectos relacionados com as tarifas, e com soluções mais locais, fundamentais para a expansão em áreas afastadas, a estratégia deve passar pela execução de mini-redes verdes e utilização de sistemas solares domésticos.

Para o responsável, as soluções empregues até agora ainda não garantem a melhor relação custo-benefício, e que poderiam igualmente permitir uma utilização mais racional dos fundos públicos.

Ainda durante a sua comunicação, em que foram abordadas várias questões essenciais, fez saber a existência de diversas ideias por parte da associação com vista a ajudar o Governo na aprovação de um quadro legal e regulamentar que estabeleça regras transparentes, com os incentivos adequados, para que o sector privado possa investir no ramo das energias renováveis.

Por exemplo, reconhece que a recente legislação aprovada já demonstra alguma sensibilidade por parte do Executivo, mas é necessário adequá-la aos operadores interessados em investir o seu capital de forma eficiente, e onde a celeridade, a par das condições descritas anteriormente, estejam garantidas para os investidores nacionais e estrangeiros.

Neste sentido, também é necessário que o sistema financeiro, particularmente a banca, esteja preparada para apoiar com recurso ao crédito em condições que sejam atractivas e as disposições existentes quanto à repatriação do capital investido sejam asseguradas pelo sistema financeiro nacional. Mas, disse, o principal factor para atracção de investimento, neste e em qualquer outro sector, é a existência de um quadro legal e regulamentar que estabeleça regras claras, um aparelho governamental que prime pela eficiência e transparência e a justiça a funcionar de forma exemplar, aplicando a lei com rigor.

Victor Fontes destacou os investimentos feitos pelo Estado em centrais fotovoltaicas nos últimos anos, tendo resultado já em cerca de 400 megawatts pico (MWP) instalados, e a funcionar, todos, com excepção da central de Caraculo, de 25 MWp.

Os corpos gerentes da ASAER foram eleitos no passado dia 10 de Fevereiro, para o mandato 2025-2028. São até agora 70 associados com a situação regularizada.

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