Dívida de Angola com a China reduz 12% e atinge valor mais baixo em uma década

A dívida de Angola com a China, o segundo maior credor externo, reduziu 12% em termos homólogos para 13,6 mil milhões de dólares norte-americanos no terceiro trimestre de 2025. De acordo com cálculos da E&M baseados em Estatísticas do Banco Nacional de Angola (BNA), o valor caiu face aos 15,6 mil milhões de dólares registados no mesmo período de 2024.

Este é o montante mais baixo da última década. Para encontrar um valor inferior, é preciso recuar a 2015, quando a dívida com o gigante asiático se situava abaixo dos 15 mil milhões de dólares.

Esta redução, acumulada ao longo de 2025, teve um impacto directo na hierarquia dos principais credores. Pela primeira vez em anos, a China foi ultrapassada pelo Reino Unido, que detém agora um crédito de 15,3 mil milhões de dólares, assumindo a posição de maior credor bilateral de Angola.

Ao longo de mais de uma década, a China foi um financiador crucial da economia nacional, com a dívida a atingir o seu pico histórico de 24 mil milhões de dólares em 2017.

O director da Unidade de Gestão de Dívida do Ministério das Finanças, Dorivaldo Teixeira, projecta que esta trajectória de descida se mantenha. Durante uma conferência de imprensa de balanço do primeiro semestre em Julho, Teixeira avançou que a dívida com a China poderá cair até aos 7,5 mil milhões de dólares até Dezembro de 2025.

As Organizações Internacionais surgem como o terceiro maior credor, com uma dívida estimada em 5,1 mil milhões de dólares. Já em relação aos Estados Unidos da América, a dívida aumentou de 4,3 para 5,03 mil milhões de dólares.

Em termos globais, a dívida externa de Angola por países fixou-se em 49,3 mil milhões de dólares no terceiro trimestre, um crescimento de 3% face aos 48,1 mil milhões de dólares registados no período homólogo.

Dados do Banco Mundial contidos no Relatório da Dívida Internacional 2025 colocam o País no topo da lista de nações onde os juros da dívida consomem uma parte significativa da riqueza nacional, situação impulsionada pela reabertura dos mercados internacionais de títulos.

Consequentemente, refere o documento, sobram menos recursos financeiros para honrar os compromissos sociais em áreas como hospitais, escolas e programas de combate.

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