“Diplomacia reforçou a visibilidade do país nas questões de Defesa e Segurança em África”

O trabalho diplomático realizado por Angola, nos últimos anos, permitiu reforçar a visibilidade e o engajamento do país nas questões de Defesa e Segurança em África, afirmou segunda-feira, dia 12, o embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto da União Africana (UA) e da Comissão Económica das Nações Unidas para África.

Miguel Domingos Bembe, citado pela Angop, fez saber que este acontecimento possibilitou, no quadro de uma nova dinâmica da política externa africana do Executivo angolano, o reconhecimento do país junto dos demais Estados-membros da UA, para que o Presidente João Lourenço fosse designado “Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África”.

O diplomata sublinhou que Angola é “reiteradamente mencionada” como uma referência neste quesito, devido, sobretudo, ao sucesso do próprio processo de paz e de unidade nacional, que criou um ambiente de inclusão e de participação democrática entre os angolanos.

Com base na experiência de prevenção, gestão e resolução pacífica de conflitos, prosseguiu o embaixador, Angola tem exercido um papel dinâmico e assertivo na UA, tendo em vista a consolidação da paz e segurança em África, promovendo e participando em iniciativas político-diplomáticas que visam consolidar a paz e a segurança no continente, facto que tem aumentado o prestígio e a influência do país.

“Por isso, com naturalidade, desde a operacionalização do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, em 2004, Angola já foi eleita três vezes para aquele órgão, sendo a primeira por um mandato de três anos (2007-2010) e as restantes por dois anos (2012-2014 e 2018-2020)”, referiu Miguel Domingos Bembe.

Angola volta a ocupar, este mês, um assento no Conselho de Paz e Segurança (CPS), na sequência da eleição que vai acontecer na 37ª sessão ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, a decorrer, em Addis Abeba, Etiópia, de 17 a 18 deste mês.

Para o representante permanente junto da União Africana, a participação de Angola no CPS constitui, sempre, uma oportunidade necessária, tendo em conta os desafios de paz e estabilidade que o continente enfrenta.

“Importa sublinhar que Angola participou em diversas missões de campo do CPS, como no Sudão/Darfur, Sudão do Sul, Somália, Guiné-Bissau, Camarões e Lesotho, organizadas para constatar, no terreno, a real situação que estes países enfrentavam e o impacto dos conflitos na situação humanitária”, salientou Miguel Domingos Bembe, para quem a paz e segurança são elementos indispensáveis no desenvolvimento socioeconómico e de integração regional, sendo, por isso, o tema central da Agenda 2063 da União Africana: “A África que queremos”.

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana é um órgão decisório permanente para a prevenção, gestão e resolução de conflitos, actuando como uma estrutura de segurança colectiva e de aviso prévio para facilitar, em tempo oportuno, respostas eficazes a situações de conflito e de crise em África. É, ainda, um dos órgãos mais estratégicos da União Africana.

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