Cimeira dos BRICS em Joanesburgo sem Putin

É já na próxima semana, entre os dias 22 e 24 de Agosto, que a cidade de Joanesburgo, na África do Sul, irá receber a 15ª cimeira BRICS, organização dos países com economias emergentes composta pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A “expansão dos BRICS” será um dos temas-chave da cimeira que chamou a atenção de cerca de 70 países, tendo alguns manifestado claro interesse em aderir ao bloco, como fez referência recentemente o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.
“Muitos países, cerca de 20, estão a fazer fila à porta e a dizer ‘vemos que o BRICS é um fórum importante que se centra no desenvolvimento, no progresso e queremos aderir. Por isso, já admitimos alguns no banco, mas outros querem entrar mesmo pela porta da frente e ser também membro dos BRICS. Por isso, também vamos discutir esse assunto”, referiu o líder sul-africano.
Mas John Stremlau, professor honorário de Relações Internacionais em Joanesburgo, citado pela DW, defende que essa expansão encontrará muitos obstáculos: “O que se diz é que o Brasil e a Índia não estão entusiasmados com a expansão, ao contrário da China e da África do Sul que estão está muito entusiasmados.”
No entanto, muitas questões têm sido levantadas sobre a cimeira principalmente desde que foi confirmada a ausência do presidente russo, Vladimir Putin, no encontro, para evitar o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra cometidos na Ucrânia. Como membro do Tribunal Penal, a África do Sul estava sob pressão para prender Putin, assim que este pisasse solo sul-africano. Deste modo, a Rússia será representada na cimeira por Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros.
Nova moeda para transações
A discussão sobre a nova moeda para transações entre os países-membros também fará parte da agenda da cimeira. Os benefícios do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS também estão a gerar interesse, especialmente entre os potenciais novos membros.
De acordo com o Departamento de Comércio, Indústria e Concorrência da África do Sul, os BRICS representam 40% da população mundial. A soma do PIB de mais de 23 biliões de dólares equivale a uma participação de 26% na economia global.
Mas com a expansão em cima da mesa, só o tempo dirá se a inclusão de países como o Irão aumentará o poder económico do bloco ou se trará tensões entre os países membros e blocos semelhantes na Europa e no Ocidente.