CEDEAO convoca nova cimeira sobre a crise no Níger

Algumas horas após o termo do ultimato dado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) aos golpistas do Níger, esta organização convocou, para 10 de Agosto, uma segunda cimeira de chefes de Estado para definir a situação neste país da África Ocidental. Hoje, 7 Agosto, as Forças Armadas do Mali (Fama) anunciaram igualmente que o Burquina Faso e o Mali enviariam uma delegação a Niamey para “demonstrar a solidariedade dos dois países para com o povo irmão do Níger.”
A cimeira da CEDEAO terá lugar alguns dias após o fim do ultimato dado aos golpistas para entregarem o poder e reinstalarem Mohamed Bazoum, derrubado em 26 de julho.
Esta será a segunda cimeira de chefes de Estado convocada em menos de quinze dias, depois da que teve lugar a 30 de julho. De acordo com a RFI, os países membros foram informados por uma mensagem da Comissão da CEDEAO.
Trata-se de uma cimeira presencial, prevista para Abuja, capital da Nigéria, para a residência do seu presidente, Bola Tinubu, o actual presidente da instituição.
Os últimos desenvolvimentos da crise no Níger mostraram não estar a correr de feição para a CEDEAO, tendo falhado todas as tentativas de mediação. Várias fontes dão conta que os golpistas não estão dispostos a ceder, perspectivando-se um difícil regresso ao poder do presidente Mohamed Bazoum.
A 5 de agosto, o Senado nigeriano declarou não ser favorável à intervenção militar. No entanto, algumas personalidades afirmaram que a decisão de intervir já tinha sido tomada e que já não era necessária outra cimeira. Sabe-se que o plano de intervenção está pronto, mas não foi posto em acção, continuando o comando da força a aguardar a ordem da CEDEAO.
Entretanto, o exército do Mali anunciou hoje, 7 de Agosto, o envio de uma delegação conjunta Mali-Burquina Faso em “solidariedade” com “o povo irmão do Níger”. A delegação é chefiada pelo Coronel Abdoulaye Maïga, Ministro de Estado da Administração Territorial e porta-voz do governo de Bamako.
O Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), liderado pelo General Tiani, advertiu a CEDEAO contra qualquer interferência nos assuntos internos do Níger. Descrevendo as consequências de uma eventual “aventura militar” como “desastrosas” para a segurança da sub-região, acrescentando que qualquer tentativa de violação do espaço aéreo do Níger teria como consequência “uma resposta enérgica e instantânea.”