Angola e Alemanha criam Centro Agro-industrial voltado maioritariamente para a exportação

Alemanha e Angola vão cooperar na criação de um pólo de desenvolvimento agro-industrial destinado à produção de bens agrícolas para exportação, privilegiando culturas como oleaginosas, leguminosas, cereais e produtos para a indústria de cosméticos. O memorando de entendimento foi assinado ontem, quarta-feira, dia 5, em Luanda, à margem da visita oficial do Presidente alemão, Frank-Walker Steinmeier, ao país, adiantou a agência Lusa.

Em declarações aos jornalistas no Palácio Presidencial, após a assinatura do acordo com as empresas alemãs Gauff Engineering e CHB Investments Holding, o ministro da Agricultura e das Florestas angolano, Isaac dos Anjos, explicou que o pólo será desenvolvido em duas fases.

Primeiro, vão ser negociadas as localizações, será feita a avaliação das infra-estruturas necessárias e identificados os recursos financeiros. Segue-se uma segunda fase de construção e contratação, para encontrar produtores que irão utilizar as terras e celebrar os acordos dirigidos à produção em larga escala para exportação.

“O essencial é mantermos o princípio de 60% da produção destinada à exportação e 40% ao mercado interno, porque é preciso pagarmos os créditos e os financiamentos que vamos obter. Esses investimentos vão ser reembolsados por essa via, com a geração de renda directa e venda internacional dos produtos”, explicou o ministro.

De acordo com Isaac dos Anjos, o projecto será desenvolvido numa área líquida de até 20 mil hectares, dentro de uma área bruta estimada entre 60 e 80 mil hectares, que inclui zonas de preservação de florestas e linhas de água, “de modo a garantir equilíbrio entre a exploração agrícola e a conservação ambiental.”

Entre as principais culturas previstas, o dirigente destacou as leguminosas, a soja, o milho, o trigo e o feijão, além de oleaginosas e culturas ligadas à produção de cosméticos. “O mais importante é produzir bens que possam ser colocados no mercado internacional”, salientou.

Isaac dos Anjos sublinhou que a tendência da União Europeia é investir no Corredor do Lobito”, mas lembrou que Angola tem também o Corredor de Malanje, apontando estarem em análise possíveis localizações que poderão ir até à fronteira leste. “Mas estamos disponíveis para negociar com os investidores”, acrescentou.

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