Presidente queniano faz marcha-atrás e retira projecto lei de aumento de impostos

O presidente do Quénia, William Ruto, anunciou, numa declaração à Nação transmitida pela televisão estatal, hoje, dia 26, que desistiu do polémico projecto de lei tributária, cedendo à pressão pública, após protestos violentos contra o plano de arrecadar 2,3 mil milhões de USD em novos impostos que resultaram na morte de pelo menos 23 pessoas.

“Eu cedo”, disse Ruto. “Eu lidero um governo, mas também lidero pessoas. E as pessoas falaram.” E terminou: “Por conseguinte, não assinarei a proposta de lei que será retirada.”

Na terça-feira, dia 25, parlamentares de sua coligação governamental aprovaram o chamado Projeto de Lei Financeira, embora com algumas concessões.

Logo a seguir, manifestantes romperam as barricadas da polícia e invadiram a Assembleia Nacional. Horas depois, num discurso desafiador, Ruto classificou a acção como traição e disse que iria mobilizar o exército para conter futuros ataques. O seu recuo ocorre depois que seu antecessor, Uhuru Kenyatta, e líderes da sociedade civil pediram que Ruto dialogasse com os manifestantes.

A maioria dos manifestantes são jovens quenianos na faixa dos 20/30 anos e têm mobilizado nas redes sociais. Enquanto marchas antigovernamentais anteriores eram principalmente organizadas por políticos de oposição, os actuais protestos são em grande parte pacíficos, mas têm sido reprimidos pela polícia com tiros, gás lacrimogêneo e potentes canhões de água.

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