Portugal reconhece União Africana parceiro vital
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, afirmou nesta quinta-feira, em Lisboa, que a União Africana (UA) é um parceiro “vital nos assuntos globais”, daí ser necessário um “diálogo frequente” e a todos os níveis entre essa organização e a União Europeia.
João Gomes Cravinho fez a afirmação durante a cerimónia de celebração do Dia de África e do 60.º aniversário da União Africana, organizada pelos embaixadores do Grupo Africano das Embaixadas acreditadas em Lisboa, decorrido no Centro Ismaili. No local se fez um minuto de silêncio pelas duas vítimas do ataque ali levado a cabo em 28 de Março.
De acordo com o governante luso, a UA é hoje vital nos assuntos globais, simboliza o avanço do multilateralismo, os benefícios da integração regional e continental e a busca de longa data pela paz, intrinsecamente ligada à existência de mecanismos multilaterais para a solução de controvérsias de forma pacífica e por meio do diálogo.
Durante o encontro, em que participaram vários embaixadores, entre os quais a nova embaixadora de Angola em Portugal, Maria de Jesus Ferreira, João Gomes Cravinho defendeu ainda uma abordagem ampla, abrangente e mutuamente vantajosa no relacionamento, bilateral ou multilateral, com os seus parceiros africanos, baseada na confiança e na reciprocidade.
Portugal defende também a construção de um novo paradigma não só nas relações Portugal-África, como também nas relações Europa-África.
João Gomes Cravinho frisou a importância do Acordo de Mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que, segundo o chefe da diplomacia portuguesa, “é um exemplo positivo a seguir”.
Portugal está empenhado em trabalhar com África para atíngir os objetivos a que se propõem.
Por sua vez, o coordenador do Grupo de Embaixadores Africanos, embaixador
Tito Mba Ada, considera que as mulheres no continente são o principal pilar do desenvolvimento, porquanto 30 por cento delas são empresárias e a sua contribuição para a economia é vital.
Salientou ainda que a aposta na agricultura no continente, passando pelo aproveitamento das terras aráveis vai servir para o crescimento da economia.
Informou ainda que maior parte da população Africana tem menos de 25 anos e que até 2050 terá boa mão de obra para o seu desenvolvimento.
Por isso, apelou aos africanos a estarem, cada vez mais unidos, de modos a contribuírem para o desenvolvimento do continente.
Na iniciativa, participaram também convidados da sociedade civil, entre outros.
Do programa constou ainda uma visita à exposição cultural e de arte africana instalada na naquele centro.