Grupo Wagner nega qualquer envolvimento no presente conflito sudanês
O principal responsável do grupo mercenário russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, assegurou que a empresa militar privada não está presente no Sudão há mais de dois anos.
“Posso dizer-vos, com absoluta certeza, com absoluta precisão que hoje não existe uma única empresa militar privada de combate Wagner, sublinho – não existe uma única – no Sudão. E é assim há mais de dois anos”, escreveu Prigozhin num post no canal de mensagens russo Kepka Prigozhina.
Prigozhin respondia a um jornalista da revista de língua francesa Jeune Afrique, que perguntou se o Grupo Wagner estava a apoiar o grupo paramilitar sudanês Forças de Apoio Rápido (FAP) nos confrontos em curso com os militares sudaneses.
Recorde-se que o grupo de mercenários russo tem actualmente uma forte presença em África. República Centro-Africana (RCA), Líbia e Mali são exemplos das diferentes formas de actuação do grupo no continente. Na RCA, segundo o embaixador russo, os “instrutores russos” apoiam as tropas governamentais na guerra civil. Na Líbia, diz-se que cerca de 1200 mercenários combatem do lado do líder rebelde Chalifa Haftar. No Mali, a junta militar – pró-russa e anti-ocidental – também trouxe, segundo observadores, centenas de combatentes do grupo Wagner, que são acusados de graves violações dos direitos humanos no país.
“O grupo Wagner não é um exército, mas um grupo mercenário, que não tem existência legal, porque a Rússia em si mesma proíbe a existência de empresas militares privadas, mas de certa forma permite que empresas militares russas privadas operem fora da Rússia”, explicou, em entrevista à DW, um representante do coletivo de pesquisa “All Eyes on Wagner” (Todos os olhos no grupo Wagner), sob anonimato.