BPC prevê implementar mais de 20 “Meus Balcões” no decorrer deste ano

Outros balcões também já em curso, segundo Jorge Brazia, estão a ser instalados no município do Mbanza Kongo, no Zaire, e no município do Negage, província do Uíge.

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) prevê, para este ano, a abertura de mais 25 espaços denominados “Meus Balcões”, com objectivo de prestar melhores serviços aos pensionistas do Estado, informou o director de Estratégia e Comercial do banco.

Jorge Brazia, que falava sobre a importância dos dados estatísticos do censo populacional na banca, em especial no BPC, realçou que a implementação de novos “Meus Balcões” já estão em curso, assegurando que serão instalados nas 18 províncias do país.

Explicou que o projecto consiste em espaços anexos no interior das agências do BPC já existentes. Segundo Jorge Brazia, a instituição está a aproveitar os espaços vagos nessas agências, anexando um balcão especificamente para atender apenas os pensionistas.

Na primeira fase, segundo disse, o BPC já implementou a nível do país um total de 10 “Meus Balcões” para pensionistas. Nesta segunda fase, a meta é a instalação de mais 25 balcões. Neste processo, segundo avançou Jorge Brazia, foram já abertos dois, um na província do Namibe e outro no Dundo, Lunda-Norte.

Outros balcões também já em curso, segundo Jorge Brazia, estão a ser instalados no município do Mbanza Kongo, no Zaire, e no município do Negage, província do Uíge.

“É um projecto de âmbito nacional, um espaço dirigido apenas aos idosos e que vai tratar melhor os nossos mais velhos”, frisou Jorge Brazia, realçando que os cidadãos com deficiência física e mulheres em estado de gestação podem também aderir a esses serviços.

Jorge Brazia reconheceu que o projecto resulta dos dados estatísticos do Censo Populacional de 2014. Esses resultados para a direcção do BPC, segundo realçou, foram positivos, influenciando, sobretudo, no processo de reestruturação e recapitalização do banco.

“O BPC tem apostado em novos produtos e serviços para conseguir servir melhor os trabalhadores do Estado, em particular, e os pensionistas, que hoje rondam em cerca de 180 mil a nível nacional”, disse.

“Neste processo tivemos que reduzir os nossos balcões, mas criou-nos, exactamente, uma situação que tivemos que fazer mais, daí que as estatísticas do Censo foram projectadas internamente a nível das comunas, no sentido não só de reajustar o serviço das agências que ficaram para servir as populações num maior raio de acção, como também foi precursor de três soluções que o BPC se orgulha de ter lançado, que é uma nova aproximação ao cliente com novos serviços e ofertas”, frisou Jorge Brazia.

Em Luanda, os balcões estão presentes nos municípios de Luanda, Calemba, junto à Escola Portuguesa, na agência do BPC da Ilha do Cabo, em Viana e Cazenga.

Importância do Censo Populacional na banca
Jorge Brazia garantiu que o BPC irá acompanhar também o processo do Censo Populacional de 2024.
Segundo avançou, da parte do BPC efectuaram uma projecção baseada no Censo da Populacional de 2014 e nos dados demográficos. Disse que no caso específico do BPC, utiliza a população activa por municípios e comunas para calcular as taxas de penetração das localidades e de bancarização.

Os dados que serão recolhidos no Censo Populacional de 2024, segundo Jorge Brazia, será útil do ponto de vista prático e permitirá, com maior rigor, direccionar os produtos BPC, com realce no segmento dos mais velhos, os pensionistas.

Por um lado, Jorge Brazia destacou que se calcula também os censos das empresas, com base no resultado do Censo de 2014 devidamente projectado, para a criação de produtos e serviços ajustados ao segmento quer para empresas e para particulares, assim como os salários domiciliados.

Por outro lado, com as estatísticas do Censo Populacional, Jorge Brazia defende que se consegue obter aquilo que se chama a “Informação de Base Interna”. Neste ponto, realçou, tomando como base a comunicação do censo realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (NE), permite à banca chegar e fazer de forma rentável uma aproximação a cada um dos segmentos.

Jorge Brazia explicou também que com os resultados do Censo, tem havido um incremento do uso das estatísticas internas e externas para o BPC conseguir a liderança do mercado. “Já o fomos e agora queremos voltar a conquistar o mesmo lugar”, frisou, reiterando que fruto das estatísticas do Censo Populacional se consegue obter não só a descrição sócio – geográfica, como também a dispersão profissional, tipo de funcionários existentes em cada um dos 164 municípios, para que seja reajustada às políticas do BPC.

A título de exemplo, explicou que na Lunda-Norte existiam dois balcões no Dundo e a posterior no Cuango, a 600 quilómetros, estes serviços servem as populações das comunas que estão a 90 quilómetros do Dundo, outras a 300 quilómetros.

Nestas localidades, segundo esclareceu Jorge Brazia, não havia serviço bancário, e actualmente há esta solução do Banco Móvel, que está a ser aplicada graças ao estudo da população que se fez nestes municípios, com apoio das administrações locais.

“Este levantamento é muito importante e baseamo-nos exactamente nas estatísticas conjugadas e com estes números conseguimos obter do sector bancário e de outros sectores da economia como é a penetração das linhas telefónicas, onde estão os nossos clientes”, frisou.

“Graças aos dados estatísticos do INE conseguimos traçar estratégias para uma província e um dos exemplos são os projectos estruturantes dos balcões, logo, se não dinamizarmos a economia, e não irmos para os locais certos oferecer os produtos bancários, o país fica condicionado no seu desenvolvimento”, defendeu Jorge Brazia.

Mais serviços
Além da criação do projecto ” MeusBalcões”, o BPC no seu programa de reestruturação criou, também, os Balcões Intermitentes e os Móveis Itinerantes.

Segundo explicou Jorge Brazia, os balcões intermitentes estão funcionais apenas uma semana por mês, isto é, os funcionários deslocam-se de um balcão adjacente e funcionam na semana dos pagamentos, para que ninguém fique por servir.

Jorge Brazia disse ainda que no total são 11 balcões intermitentes implementados pelo BPC, que servem sete grupos populacionais que continuam a ter garantia dos serviços bancários do Estado.

No caso específico dos Balcões Móveis Itinerantes, Jorge Brazia destacou que existe uma estratégia de parceria com os governos provinciais. Neste caso, foram identificados os municípios mais remotos e com o apoio dos governos locais, foi possível efectuar a transmissibilidade dos balcões móveis.

Até à presente data, o BPC já implementou quatro balcões móveis que atendem 12 municípios do país. Nestes balcões, explicou Jorge Brazia, os clientes podem fazer Crédito Salário, pedido do cartão Multicaixa, abertura de conta, entre outros produtos e serviços que lhes cabe como clientes.

Sublinhou que os quatro balcões trabalham em sistemas de rotação, tendo como primeira experiência piloto a província do Moxiço, embora estes serviços já tenham sido também instalados nas províncias da Lunda-Norte , Bié e Uíge, que dispõem dos serviços há mais de dois meses.
“Arranjámos uma solução em que o balcão fica uma semana em cada um dos municípios-chave e há ainda uma repartição que se dispõe às administrações municipais”, frisou, realçando que no futuro os balcões móveis serão a solução bancária para muitas zonas recônditas do país.
Segundo disse, existem pessoas que têm de andar mais de dois mil quilómetros para poderem obter o seu dinheiro , daí que o número de clientes é cada vez maior, sobretudo, em sistema de intermitentes.

“Somos o banco mais próximo da população, servimos centenas e milhares de clientes por mês, daí que tenhamos de dar novas soluções para servirmos cada vez melhor a população alvo”, defendeu Jorge Brazia, reforçando que o processo será simplificado com a realização do Censo Populacional de 2024, que poderá afinar mais as direcções e estratégias que dependem destas estatísticas.

Notícias relacionadas
Comentários
Loading...